
Considero que e premiação da Placar tem mais validade, pois é baseada num sistema de notas ao longo da temporada. Por mais que essas notas às vezes sejam contestáveis, é inegável que todos jogadores são acompanhados durante todo o campeonato.
Já a votação feita pela CBF acontece na reta final, o que pode influenciar a favor de jogadores mais irregulares. Além disso, é baseada em uma pré-lista sempre mal feita, que coloca meias-direita na esquerda e separa zagueiros pelo lado em que atuam, o que, na verdade, não deveria ser levado em consideração.
Este ano o time da Placar foi esse:
Contestações e discordâncias à parte, é um time justo. Eu mudaria poucos nomes, mas nada que seja compremetedor para os critérios da revista.
O que tem acontecido de importante, após estes prêmios, é a transformação da alegria individual do jogador na tristeza de uma massa, da torcida do clube de cada”selecionável”.
Explico: Este eleição tem escolhido exatamente quem NÃO atuará nos gramados do país muito em breve. Isto porque a migração de craques, cada vez mais exagerada, tem passado por essas listas com grande força. Basta ver os 3 anos anteriores:
2006: 6 foram embora para a Europa, para o Japão ou até para a Arábia (Fabão, Ilsinho, Mineiro, Wagner – acabou se arrependendo e voltando pro Cruzeiro -, Zé Roberto e Lucas). Destes, apenas Lucas foi para um time grande e ainda busca se firmar como titular fazendo partidas eficientes, mas discretas por enquanto. Mineiro conseguiu ir pra seleção, mas claramente não tem mais o futebol do seu auge no São Paulo.
2005: Lugano, Cicinho, M. Mattos, Sóbis e Tevez foram embora logo depois. Jadilson também foi negociado, mas ficou no Brasil. Outros simplesmente se aposentaram com o passar do tempo, como Juninho Paulista e Gamarra. Tevez é o único bem-sucedido, titular fazendo gols no Manchester. Enquanto os outros são coadjuvantes em times coadjuventes.
2004: Dessa vez, as “vítimas” foram Rodrigo, Léo, Washington, Magrão, Ricardinho e Robinho. Mineiro e Paulo Baier também foram negociados para São Paulo e Palmeiras, respectivamente. Longe daqui, só Léo e Robinho conseguiram sucesso e são titulares hoje. Washington demorou 3 anos pra se achar no Japão e ser campeão agora. Magrão teve que voltar para o maior rival de seu ex-clube, enquanto Rodrigo é frenquentemente cotado para voltar ao Brasil.
Ou seja, historicamente, os torcedores não têm muito o que comemorar ao ver seu craque eleito na Bola de Prata.
Não que o prêmio seja negativo, longe disso. Mas é preciso ficar esperto. Breno, Thiago Silva, Richarlysson, Valdivia e Leandro Amaral são fortes candidatos para reforçar meus argumentos este ano. Além de Acosta, que não deverá ficar no Náutico.
E assim seguiremos... em 2008 outros surgirão, serão negociados e os clubes serão forçados a tirar cada vez mais talentos dessa imensa fábrica de craques que é o Brasil. Não é fácil para a torcida, que nem pode comemorar seu ídolo sendo eleito o melhor do campeonato. Mas é a dura realidade.
Um comentário:
Hernanes no lugar de Pierre já seria uma injustiça do tamanho do mundo.
Agora, a simples menção de Bruno como um dos melhores goleiros do Brasileirão... Que dureza!!!
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