Marcar e jogar!

Mês passado a revista Trivela publicou uma entrevista com o técnico Muricy Ramalho. Entre outras coisas, ele chamava a atenção para um dos fatores determinantes no seu título no Brasileirão: a função essencial dos volantes, não só no São Paulo-07, como em todo mundo.

E não é preciso pensar muito pra concordar com Muricy. “Hoje, quem joga bola são os volantes!”

A posição passou a ser essencial e os times têm investido cada vez mais em jogadores completos.

Claro que é preciso saber marcar, mas também é necessária uma boa técnica, pois a saída de bola é comandada por eles e as suas chegadas à área adversária sempre surpreendem positivamente.

Alguns volantes limitados a marcação ainda conseguem se destacar. É o caso de Pierre, no Brasil, ou de Gattuso, na Itália.

Mas a quantidade de volantes técnicos, que se destacam nos seus times a ponto de se tornarem referência deles, é enorme.

No Brasil basta olhar para Ibson, no Flamengo. O time carioca ainda investiu em outros jogadores com a mesma característica para 2008, como Kléberson e Jônatas.

Lucas, atualmente no Liverpool, fez essa função no Grêmio de 2006 (3º colocado no Brasileirão) e levou a Bola de Ouro da Placar.

Agora na Inglaterra, ele tem concorrência forte pela posição. Entre os rivais por espaço, encontra-se Gerrard, um dos craques que melhor exemplificam esta nova característica.

Ainda na Inglaterra, Fabregas está cada vez melhor no Arsenal e há a improvisação eficiente de Fergusson: o meia-atacante Anderson virou volante exatamente para melhorar o toque de bola no meio-campo do Manchester.

E a história se repete com Julio Baptista crescendo nessa posição no Real Madrid. Ou com a dupla Zé Roberto e Van Bommel, do Bayern, uma vez que nenhum dos dois é um mero marcador.

Hoje quem comanda o meio-campo são eles.

Sem dúvida, uma evolução tática e técnica importante para o futebol.

Quem não ver, não sobreviverá.