Guerreiras [nº 01]

Mulheres que batem um bolão, sem trocadilhos dessa vez. Aqui o futebol feminino, contestado e mal-tratado, tem espaço sim!

O melhor resultado possível aconteceu!

A vitória do time do Mato Grosso do Sul/Saad na 1ª Copa do Brasil feminina foi mais uma ironia dos “deuses do futebol”. Espetacular!

E não por ser, o Saad, um dos times que mais simpatizo/torço dentre os femininos (junto com o Juventus).

Mas sim porque o time que formou a equipe sul-matogrossensse foi esquecido pela CBF na hora de convidar as equipes femininas.

Como o time mais tradicional e vencedor do futebol feminino nacional, o Saad não podia ficar de fora da Copa. Foi buscar apoio no Mato Grosso do Sul, conseguiu respaldo e representou brilhantemente o estado na competição.

Para entender: quando a CBF resolveu fazer a Copa do Brasil (de maneira oportunista, durante a excelente campanha da seleção) chamou os primeiros colocados dos campeonatos estaduais ao redor do Brasil. Em lugares em que não aconteceu este campeonato, alguns “catadões” foram montados às pressas.

Porém, a CBF esqueceu-se da Liga Nacional de Futebol (LINAF). Esta entidade tem batalhado pelo futebol feminino durante todo este século. Realizou o 1º campeonato nacional no ano passado e vinha desenvolvendo competições estaduais e regionais desde 2004, antes mesmo da medalha nas Olimpíadas de Sidney.

O clube Saad, gigante e superior, como sempre foi no futebol feminino (repito: não é rasgação de seda. É fato! Hoje só 3 times – Santos, CEPE e Botucatu – fazem frente ao clube, com dificuldades) resolveu não disputar o campeonato estadual com o time titular, que foi lutar por títulos maiores nas competições da LINAF.

As reservas não foram muito longe. Santos, Botucatu e Jaraguá foram os 3 primeiros. Quando a CBF anunciou que aquele Campeonato seria classificatório para a Copa do Brasil, o Saad só pôde lamentar.

Até que surgiu a idéia de representar outro estado. A campanha foi ótima, Daniela Alves foi o grande destaque e a final foi gostosa de assistir: emocionante, com decisão nos pênaltis. As meninas foram para Mato Grosso do Sul e responderam à entidade maior do futebol brasileiro.

Aprenda, CBF! O futebol feminino é muito maior do que você pensa. Tem que evoluir muito e isso vai demorar a acontecer. Não só por falta de organização, mas também por causa da nossa cultura e nossa falta de interesse. Mas a sua organização, a sua iniciativa, deveria ser mais eficiente e incisiva. Aprenda, CBF!

Ah, fazer final em estádio neutro não é nada inteligente, CBF. Até isso você desaprendeu?